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A Luz que Vence as Trevas

Apresentação do Senhor, Festa, Ano C

“Por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão”. (Hb 2, 15)

O medo nos aprisiona em uma prisão sem paredes. O medo de perder, de falhar, de não ser o suficiente. E é pelo medo que abrimos uma brecha para que o mal nos manipule.

Para quem não tem fé, a morte é um abismo desconhecido, onde tudo tem seu fim, tornando qualquer esforço aparentemente em vão. Mas Cristo veio ao mundo justamente para dissipar esse temor e nos trazer a verdadeira esperança.

Ele tomou para si a nossa carne e o nosso sangue. Assumiu nossos sofrimentos, nossas penas e até mesmo a nossa morte para nos ensinar que é possível vencer o medo e as tentações.

Para vencer o medo é necessário confiar Naquele que está acima de tudo.

“Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar.” (Js 1, 9)

A encarnação de Jesus demonstra que Deus quis assumir nossa natureza humana para ter ainda maior compaixão de nós. De fato, pela encarnação, Jesus se comoveu, chorou, se encolerizou, sofreu conosco e foi tentado por Satanás.

“Pois, tendo ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem tentação” (Hb 2, 18).

Isso nos traz conforto e fortaleza. Sabemos que o Senhor está sempre ao nosso lado. Nenhum sofrimento ou tentação, nenhuma dificuldade ou dor pode nos separar Dele. Pelo contrário, podem ser um meio de nos aproximarmos ainda mais. A história dos santos nos mostra que foi pela oferta do sofrimento unido a Cristo que muitos alcançaram a santidade.

O medo nos aprisiona e nos mantém reféns da incerteza. Mas Deus não nos criou para vivermos sob o jugo do temor. Por isso, enviou Seu Filho ao mundo, assumindo nossa carne, compartilhando nossas dores e fraquezas, para nos libertar da escravidão do medo.

És que chegou ao nosso meio, aquele que procurávamos, aquele que precisávamos.

“Entrará no seu santuário o Senhor, que vós procurais, e o mensageiro da aliança, que vós desejais. Ei-lo que chega!” (Ml 3, 1)

Na Apresentação do Senhor no Templo, essa verdade resplandece. Simeão, um homem justo e piedoso, esperava ansiosamente a consolação de Israel. Sabia que a verdadeira vida estava na promessa de Deus. Ao tomar o menino Jesus em seus braços, reconheceu que aquela criança era a luz que dissiparia as trevas do mundo.

Conforme a lei do Senhor, “todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. Assim, completando-se os quarenta dias do nascimento, a Sagrada Família foi ao templo para a apresentação do Menino e a purificação de Maria. No entanto, Maria, sendo imaculada, não necessitava de purificação; pelo contrário, era o próprio templo que se purificava com a presença de Cristo.

“Porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos” (Lc 2, 30)

Simeão teve nas mãos um círio aceso, a verdadeira fonte de luz. Acendei também, nesta luminária, as vossas lamparinas, lâmpadas que o Senhor vos ordena que segureis, acesas, em vossas mãos [Lc 12, 35].

“Aqueles que O contemplam ficam iluminados” (Sl 33, 6)

Cristo é a luz que espanta a escuridão.

Para compreender a grandiosidade dessa luz, basta imaginar-se caminhando por uma estrada ao entardecer, com o sol diante de seus olhos. Nenhuma luz artificial pode superá-la; sua intensidade ofusca tudo ao redor. Assim é Cristo: no mundo pode haver sombras e falsas luzes, mas diante Dele, tudo se tornam como um nada.

Na dor ou na alegria, dê glória a Deus. Cristo nasceu na carne para que pudesse morrer, e por Sua morte nos ensinou que a morte não é o fim. A morte não tem poder sobre nós!

Que nossos olhos estejam sempre fixos na luz de Cristo, assim como Simeão, que reconheceu a salvação e se alegrou em Deus. Que nossos corações se mantenham inflamados pela fé, carregando a chama que não se apaga, a lâmpada que ilumina nosso caminho e o caminho dos que nos cercam.

“Agora, Senhor, podeis deixar partir vosso servo em paz.” (Lc 2, 29)

No Eco da Palavra, buscamos refletir sobre os detalhes das leituras diárias que podem passar despercebidos nas homilias. Cada versículo tem uma riqueza infinita, e aqui, ecoamos essas pequenas grandes revelações para alimentar a fé e aprofundar a vivência da Palavra de Deus no dia a dia.