Jesus contou uma parábola sobre a força da perseverança na oração. Um homem recebeu uma visita inesperada, já tarde da noite, e, sem ter o que oferecer, foi até a casa de um amigo pedir ajuda. Este, já deitado com a família, recusou inicialmente: “Não me incomodes; a porta já está fechada, e os meus filhos estão comigo na cama. Não posso levantar-me para te dar algo.” (Lc 11,7)
Mas, por causa da insistência daquele que pedia, ele acabou atendendo e deu-lhe tudo o que precisava.
A pessoa que pedia tinha um motivo justo: queria acolher bem seu hóspede.
O amigo, por sua vez, também tinha uma justificativa legítima: era noite, todos já estavam descansando.
Mas Jesus destaca: “Digo-vos: mesmo que ele não se levante para dar-lhe por ser seu amigo, levantar-se-á por causa da sua importunação e lhe dará tudo o que precisar.” (Lc 11,8)
Cristo nos ensina aqui que a perseverança na oração tem poder. Deus escuta quem reza com fé e confia sem desanimar.
Essa mesma atitude de intercessão e confiança encontramos em Maria, nas bodas de Caná. Ela se aproxima de Jesus e diz: “Eles não têm mais vinho.” (Jo 2,3)
Jesus responde: “Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora.” (Jo 2,4)
Maria tinha um motivo justo: “Nossos amigos não tem mais vinho”
Cristo também tinha um motivo: “Não é chegado minha hora de realizar milagres e prodígios”
Mas imaginemos o olhar de Maria para com Jesus. O olhar de uma mãe para com o filho. Uma mãe que sabe exatamente o que é necessário e conhece o seu filho. E apenas com um olhar já teve todo um diálogo com seu filho.
Maria, com a sabedoria e o olhar de mãe, não insiste com palavras — sua confiança fala mais alto. Ela se volta aos serventes e diz: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” (Jo 2,5) e Jesus realiza seu primeiro milagre.
Assim como o amigo insistente na parábola, Maria intercede com firme confiança. E Deus, que é Pai, responde à oração daqueles que perseveram com fé.
Santa Teresa de Jesus dizia: “A oração é uma conversa de amizade com Aquele que sabemos que nos ama.”
E São João Maria Vianney ensinava: “Não há nada que Deus recuse à oração feita com fé e insistência.”
Portanto, mesmo quando parece que Deus silencia, não desanimemos. Perseveremos. Confiemos. Pois Ele conhece o momento certo para agir e, como nos ensina Jesus, “Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto.” (Lc 11,9)
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