Carlo Acutis nasceu em 3 de maio de 1991, em Londres, no seio de uma família de posses. Seus pais não eram fervorosos na fé. No entanto, Deus já tinha preparado para ele uma grande missão.
Foi graças aos funcionários da casa que Carlo entrou em contato com a fé. Desde muito pequeno demonstrava interesse pelas coisas de Deus. Como toda criança, fazia muitas perguntas à sua mãe. O testemunho e a simplicidade da fé de Carlo alcançaram também a mãe, Antonia, que, tocada pelo exemplo do filho, decidiu aprofundar-se nos estudos teológicos, chegando a fazer faculdade de teologia e tornando-se catequista. Esse foi um dos primeiros frutos da santidade de Carlo.
Desde cedo, Carlo demonstrava uma fome imensa por Deus. Aos 7 anos de idade, pediu pessoalmente ao bispo para receber adiantado a catequese da Primeira Comunhão. Após ser interrogado e surpreender o bispo com sua maturidade espiritual, foi autorizado. Recebeu sua Primeira Eucaristia em 16 de junho de 1998, com apenas sete anos.
Testemunhas relatam que, ao comungar, seu semblante irradiava uma alegria profunda, como alguém tomado pelo Espírito Santo.
Aos 12 anos, já era catequista, ensinando crianças, jovens e até adultos.
Na escola, Carlo era exemplo de santidade. Defendia colegas vítimas de bullying, acolhia os solitários e se colocava sempre à frente das boas ações.
No dia a dia, transbordava caridade e compaixão. Muitas vezes voltava para casa descalço, porque havia dado seus sapatos a alguém necessitado. Seus pais, já acostumados, sempre deixavam no carro cobertores e roupas extras, pois Carlo constantemente os oferecia a pobres que encontrava nas ruas.
O grande amor de Carlo era pela Eucaristia. Ele dizia: “A Eucaristia é a minha estrada para o Céu.”
Desejava que todos conhecessem e amassem Jesus presente no Santíssimo Sacramento. Em meados dos anos 2000, percebendo a falta de acesso à informação, tomou a iniciativa de criar um site para catalogar e difundir os milagres eucarísticos no mundo. Autodidata em programação, aprendeu apenas lendo livros e criou o site:
👉 http://www.miracolieucaristici.org
Seus materiais se espalharam rapidamente, sendo traduzidos para diversos idiomas e expostos em milhares de igrejas. Ainda em vida, Carlo já via sua obra evangelizando.
Aos 14 anos, foi diagnosticado com leucemia fulminante. Sofria dores intensas nos ossos, mas nunca reclamava. Ao contrário, mantinha-se alegre e brincalhão, chegando a confortar médicos e enfermeiros. Ele dizia: “Ofereço todo o sofrimento que estou passando pelo Senhor, pelo Papa e pela Igreja. Não quero passar no purgatório, quero ir direto para o Céu.”
Sua mãe sonhou com São Francisco de Assis, que lhe mostrava o rosto de Carlo no Vaticano e dizia que “Seu filho ocupa um lugar muito alto no Céu e, após ser canonizado, virá uma geração de santos!”.
Carlo faleceu em 12 de outubro de 2006, aos 15 anos, em Monza, Itália. Seu funeral reuniu uma multidão. Muitos pobres que haviam sido ajudados por ele vieram prestar suas homenagens. Somente então sua família percebeu a dimensão da sua caridade silenciosa.
Seu corpo repousa hoje em Assis, cidade de São Francisco, de quem Carlo era grande devoto.
Carlo Acutis foi canonizado pelo Papa Leão XIV no dia 7 de setembro de 2025, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Sua festa litúrgica é 12 de outubro, data em que ocorre sua memória litúrgica.
“A santidade não é um destino distante, é o atalho mais rápido para chegar ao Céu.” São Carlo Acutis
Podemos aprender com Carlo que a santidade é possível. Ele viveu no nosso tempo, usou a internet, jogava videogame, tinha amigos e uma vida comum, mas escolheu viver extraordinariamente a fé no ordinário do dia a dia.
Carlo nos ensina que o caminho para o Céu é por meio da fé vivida: oração, Eucaristia, sacramentos, alegria da caridade, comunhão com Cristo.
“Nascemos originais, mas muitos morrem como cópias.” São Carlo Acutis
Ser original significa não copiar modelos alheios simplesmente, mas descobrir quem você é, como Deus te fez, com teus dons, limitações, circunstâncias — e viver a fé a partir daí.
Ele nos mostra que ser santo não é necessariamente fazer algo extraordinário nos padrões humanos, mas entregar-se a Deus com o que somos — com fidelidade, alegria, coerência — nisso está a originalidade.
Todos temos dons: uns são mais visíveis, outros ocorrem em silêncio. Uns têm dom de palavra, outros de serviço, outros dom artístico, intelectual, tecnológico, acolhimento, misericórdia.
Carlo tinha dom para programação, para comunicação digital, para relações humanas, para compaixão — ele os descobriu cedo, desenvolveu-os e colocou-os em uso para Deus.
Ele não esperou estar “pronto” em todos os aspectos, esperando condições perfeitas — começou onde estava, com o que tinha. Isso é lição para cada um: utilizar o dom de Deus já agora, mesmo que seja pequeno, mesmo que as circunstâncias não sejam ideais.
Com humildade possamos dizer assim como Carlo costumava repetir: “Não eu, mas Deus.”
