Jesus afirmou: “Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz” (Lc 16,8).
Essa constatação é profunda: os filhos das trevas planejam, antecipam reações e manipulam circunstâncias para manter os outros sob seus pés. Sua astúcia não conhece limites.
Mas isso não significa que os filhos da luz sejam menos inteligentes. Somos todos filhos do mesmo Pai, e d’Ele recebemos dons e talentos que precisam ser cultivados.
“Ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos” (Mt 5,45).
O problema não está no dom, mas no uso que se faz dele.
Aos filhos da luz é dada a mesma capacidade de discernimento, mas a diferença está no modo de agir: os filhos das trevas usam a esperteza para dominar; os filhos da luz são chamados a usar seus dons para servir.
Jesus mesmo advertiu: “Sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10,16).
A serpente age com astúcia, mas a pomba revela a simplicidade da humildade.
Na humildade o homem reconhece o Criador e enxerga no próximo um irmão de igual dignidade. Por isso, não busca vantagem sobre os outros, mas reparte suas bênçãos para que todos sejam beneficiados.
Aqui está o paradoxo do Evangelho: pela humildade nos tornamos menores, e porque nos fazemos menores, Deus nos torna verdadeiramente grandes (cf. Mt 23,11-12).
São João Crisóstomo dizia: “Não é grande quem tem poder sobre muitos, mas quem serve a muitos com amor.”
Eis a verdadeira força dos filhos da luz: não competir com as trevas em astúcia, mas vencer pelo caminho da verdade, pois o mal se destrói por si mesmo quando confrontado com a luz.
Deixe um comentário