Onésimo é um personagem pouco comentado do Novo Testamento, mas sua história, preservada na Carta a Filêmon, revela uma profunda mensagem sobre a redenção, a reconciliação e a dignidade do ser humano em Cristo.
“Já não como escravo, mas muito mais do que escravo: como irmão amado” (Fm 1,16).
Quem foi Onésimo?
Onésimo era escravo de Filêmon. Após fugir, possivelmente levando bens de seu senhor, ele foi parar em Roma, onde encontrou o apóstolo Paulo preso. Nesse encontro providencial, ouviu o Evangelho, converteu-se e tornou-se discípulo de Cristo.
Paulo escreve então a Filêmon uma carta pessoal, enviando Onésimo de volta, mas não como escravo, e sim como irmão no Senhor.
“Outrora ele era inútil para ti; agora, porém, é muito útil tanto para ti quanto para mim” (Fm 1,11).
Paulo aqui faz um jogo de palavras com o nome Onésimo, que em grego significa “útil”. Antes escravo fugitivo, agora se tornara “útil” ao Reino de Deus.
A carta de Paulo é um apelo ao coração de Filêmon: acolher Onésimo não mais como servo, mas como irmão em Cristo. É uma mensagem poderosa de reconciliação. Santo João Crisóstomo comenta que Paulo escreve “não como mestre que manda, mas como pai que suplica com amor”, mostrando o caminho do perdão.
Onésimo buscava liberdade fugindo de seu senhor, mas encontrou a liberdade verdadeira na fé em Cristo. A fuga não trouxe libertação; foi o encontro com Cristo que o libertou do pecado e lhe deu nova dignidade.
Nessa realidade vivida por Onésimo e Filêmon nos recorda que a fraternidade cristã supera qualquer barreira social ou cultural.
No amor, Onésimo deixou de ser visto como propriedade e passou a ser recebido como filho de Deus. O Evangelho restitui ao ser humano sua dignidade original, não por posição social, mas por ser criatura amada por Deus.
A história de Onésimo nos convida a refletir: quantas vezes buscamos “fugas” em nossas vidas pensando que ali encontraremos liberdade? No entanto, a verdadeira libertação só é encontrada em Cristo.
Assim como Filêmon foi chamado a perdoar e acolher, também nós somos chamados a abrir nossos corações para reconciliar e amar.
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