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Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria – A Arca da Aliança que Deus levou para Si

A Igreja celebra a Assunção de Nossa Senhora, dogma proclamado pelo Papa Pio XII em 1º de novembro de 1950, na constituição apostólica Munificentissimus Deus. Ele nos ensina que Maria, “terminado o curso de sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória celestial”. Trata-se de um dom singular concedido por Deus à Mãe do Salvador, preservando-a da corrupção da morte, em razão de sua Imaculada Conceição e íntima união com Cristo.

A devoção à Assunção tem raízes na Tradição da Igreja desde os primeiros séculos, quando os cristãos do Oriente celebravam a Dormição da Mãe de Deus. Com o tempo, a fé na sua glorificação corporal se espalhou por todo o mundo cristão, e hoje é festa de preceito em muitos países.

Assim como na Ladainha de Nossa Senhora a invocamos “Arca da Aliança”, a Escritura já prefigurava Maria como aquela que, em seu ventre, trouxe o próprio Deus. No Antigo Testamento, o rei Davi, ao transportar a Arca para Jerusalém, proclamava:

“Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso, subi com vossa arca poderosa!” (Sl 131,8)

“Davi convocou todo o Israel em Jerusalém, a fim de transportar a arca do Senhor para o lugar que lhe havia preparado” (1Cr 15,3).

Se a Arca antiga guardava as Tábuas da Lei, o maná e o cajado de Aarão, Maria carregou no seu ventre o próprio Altíssimo, tornando-se a verdadeira Arca da Nova Aliança. Como o povo se alegrou ao levar a Arca a Jerusalém, também todo o Céu se alegrou ao receber a Mãe do Senhor em glória:

“Entoarem cânticos festivos, acompanhados de instrumentos musicais, harpas, cítaras e címbalos” (1Cr 15,16).

Na Assunção, o corruptível encontrou a incorruptibilidade, o mortal revestiu-se da imortalidade. A vitória de Cristo sobre a morte se manifesta plenamente em Maria:

“A morte foi tragada pela vitória. Ó morte, onde está a tua vitória?” (1Cor 15,54-55).

O Senhor, que primeiro subiu ao Céu para abrir as portas da eternidade, voltou para buscar Sua Mãe — a Arca viva:

“Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram” (Lc 11,27).

“À vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir” (Sl 45,10).

A Assunção nos lembra que o destino de Maria é também a vocação de todo cristão: viver em união com Deus nesta vida, para estar com Ele na glória eterna. Ela é o sinal da esperança e da vitória final sobre a morte.
Como disse São João Damasceno: “Era preciso que aquela que guardara intacta a virgindade no parto, fosse também preservada da corrupção do túmulo; aquela que carregou o Criador no seio, habitasse nos tabernáculos celestes.”

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No Eco da Palavra, buscamos refletir sobre os detalhes das leituras diárias que podem passar despercebidos nas homilias. Cada versículo tem uma riqueza infinita, e aqui, ecoamos essas pequenas grandes revelações para alimentar a fé e aprofundar a vivência da Palavra de Deus no dia a dia.