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Caminho do Rio entre Juncos

“Não esmagará a cana rachada, nem apagará o pavio que fumega” (Mateus 12,20 | Isaías 42,3)

O Senhor Jesus é a imagem perfeita da compaixão do Pai. Ele não rejeita os fracos, não se cansa dos que caem, não despreza quem já foi quebrado ou desgastado pela vida.

Caniço rachado e pavio que fumega: quem são?

À luz da primeira regra da hermenêutica bíblica – tomar as palavras em seu sentido usual e comum – podemos compreender profundamente essa profecia:

Caniço: é a cana fina que cresce nas margens dos rios. Frágil, oca por dentro, facilmente se quebra com o vento ou o manuseio. As crianças, ao usá-la como flauta, logo a descartavam quando rachava.

Pavio: é a torcida de algodão usada nas lâmpadas. Quando o azeite acaba, o pavio começa a queimar sozinho, soltando mau cheiro. O costume era apagá-lo e substituí-lo por outro.

Essas imagens representam as pessoas fragilizadas, desgastadas, vistas como inúteis pelo mundo. São os feridos pela dor, os esgotados espiritualmente, os que já não brilham nem “servem” para nada. Mas para Jesus, ninguém é descartável.

“Não esmagará o caniço rachado, nem apagará o pavio que fumega, até que faça triunfar a justiça.”(Mateus 12,20 · citação de Isaías 42,3)

Essa passagem é aplicada pelo evangelista ao ministério de Jesus, quando Ele cura os enfermos e acolhe os marginalizados (cf. Mt 12,15-21). Onde muitos veem fraqueza, Jesus vê esperança.

“Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora.” (João 6,37)

Mesmo quebrados, Ele nos acolhe. Mesmo sem brilho, Ele reacende a chama. Mesmo fracos, Ele nos sustenta. Jesus não nos abandona, não se cansa de nós, não nos despreza por sermos frágeis ou feridos.

No Eco da Palavra, buscamos refletir sobre os detalhes das leituras diárias que podem passar despercebidos nas homilias. Cada versículo tem uma riqueza infinita, e aqui, ecoamos essas pequenas grandes revelações para alimentar a fé e aprofundar a vivência da Palavra de Deus no dia a dia.