Sou estrangeiro aqui; o Céu é o meu lugar.
Como diz São Paulo: “Nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fl 3,20). Assim viveu José do Egito, mesmo cercado de glória, poder e riquezas, permaneceu com o coração em Deus.
José, traído pelos irmãos, vendido como escravo, elevado à segunda posição mais alta do Egito — na época, o centro do mundo — não se deixou iludir pelas honras e pelas riquezas. Como o ouro refinado no fogo, sua alma permaneceu incorruptível.
Mesmo diante de tentações, luxos e idolatria, José manteve-se fiel ao Deus de seus pais. Enquanto os egípcios sepultavam seus poderosos com tesouros, José pediu: “Quando Deus vos visitar, levai daqui os meus ossos” (cf. Gn 50,25). Ele não quis repousar nem mesmo em glória mortal no Egito, pois sabia que sua verdadeira herança estava na terra prometida por Deus.
“As riquezas são dadas por Deus para servirem de auxílio à salvação, não de obstáculo” — disse São Leão Magno. José é prova viva disso. Teve acesso aos bens mais valiosos da terra, mas não permitiu que seu coração fosse possuído por eles. Como ensinou Santo Agostinho: “Não é rico aquele que possui muitas coisas, mas aquele que não se deixa dominar por elas.”
Jesus disse: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus” (Mt 19,24). Mas acrescentou: “Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível” (Mt 19,26). José é a demonstração de que até mesmo no topo do mundo, é possível guardar a fé, viver com pureza e ser santo.
Que sua vida nos inspire a lembrar que esta terra é passageira, e como disse Santa Teresinha do Menino Jesus: “O mundo é o teu navio, e não a tua morada.” Caminhemos como José, com os olhos voltados para a promessa, os pés firmes na verdade e o coração livre para Deus.
