Na oração da Ave Maria, entramos no mistério da Encarnação ao repetir as palavras do Arcanjo Gabriel:
“Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,28).
É com estas palavras que o céu se inclinou à terra, e Maria, surpreendida, mas confiante, acolheu o anúncio que mudaria a história da humanidade.
Toda vez que rezamos esta saudação, é como se o momento da Anunciação se tornasse presente de novo no coração da Mãe. E que grande alegria Nossa Senhora sente ao relembrar.
Em seguida, repetimos as palavras de Isabel, inspiradas pelo Espírito Santo:
“Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42).
Ao ouvir isso de nossas orações, Maria logo responde com o seu cântico:
“A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1,46-47).
Ela nos ensina que todo louvor que a ela dirigimos é encaminhado a Deus. Como escreveu São Luís Maria Grignion de Montfort, “quando dizemos Maria, ela responde Deus”. Maria é o espelho mais puro que reflete a luz divina sem guardá-la para si.
Quando proclamamos o dogma: “Santa Maria, Mãe de Deus”, que o Concílio de Éfeso (431) reconheceu Maria como Theotókos – Mãe de Deus. Não porque ela seja a origem da divindade, mas porque gerou em seu ventre Aquele que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Como nos lembra São Cirilo de Alexandria, “não é o corpo que dá a divindade, mas é o Verbo de Deus que se encarna no seio virginal”.
Ao chamá-la Mãe de Deus, reconhecemos também seu lugar privilegiado na Trindade: filha predileta do Pai, esposa do Espírito Santo, mãe do Filho. Reconhecendo assim a sua autoridade, que ela é a “Advogada dos pecadores”, como a chamava Santo Afonso de Ligório. A intercessora.
Por isso, com confiança pedimos: “Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte”. Aqui reconhecemos nossa miséria e nos colocamos sob sua intercessão. Que a Mãe interceda por nós, em todos os momentos de nossa vida, e que na hora da nossa morte ela venha ao nosso socorro como advogada.
Cada vez que rezamos com o coração atento, Maria acolhe nossas palavras como flores oferecidas com amor e as depositam no colo de Deus.
Por isso, rezemos com fé, com devoção e com entendimento. Uma Ave Maria bem rezada é uma arma poderosa, um gesto de amor, um consolo para o coração da Mãe e uma força para nossa alma.
E como diria com simplicidade e confiança João Grilo:
“Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré!”
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