O que é o Amor?
Essa é a pergunta que o terceiro domingo da Páscoa inscreve em nossos corações à luz da Palavra de Deus. A cena da pesca milagrosa (Jo 21,1-19) nos oferece um mergulho profundo nesse mistério.
Após a ressurreição, Jesus já havia aparecido duas vezes aos discípulos. E agora, numa noite difícil, sem frutos do trabalho, os discípulos se veem vazios. Mas ao romper da aurora, Jesus aparece na margem e diz: “Lançai a rede à direita da barca” (Jo 21,6). Eles obedecem e a pesca é abundante. Pois o Amor é fecundo.
Só o Amor torna frutífero o que antes parecia estéril. Sem Jesus, nada pescam; com Ele, tudo se transforma.
João, o discípulo amado, é o primeiro a reconhecer: “É o Senhor!” (Jo 21,7). Pois o amor reconhece o Amor.
Santa Teresinha também reconhecia o Amado nos pequenos detalhes da vida: “Tudo é graça.” Para quem ama, Deus se revela mesmo nas margens comuns do cotidiano.
Pedro, ao ouvir isso, se lança ao mar. Mas antes, cobre-se com seu manto — um gesto de reverência e humildade. Pois o Amor exige dignidade, não por mérito, mas por reconhecimento da Presença.
Jesus convida-os a comer: “Vinde comer.” (Jo 21,12). Pois o Amor se faz presente.
É o mesmo Jesus que, na última Ceia, partiu o pão. Ele quer estar conosco não apenas na grandeza do milagre, mas na simplicidade do dia a dia.
Cristo conhece o coração de todos, e sabia das pedras que Pedro trazia nos ombros, o pecado de negar a Jesus por três vezes. Cristo o interrogou: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” (Jo 21, 15).
Sabemos que o Amor é entrega, então Cristo está perguntando: “Tu te entregas completamente?”. E mais profundo ainda, Jesus não o chama de Pedro, Ele está interrogando o homem humano, Simão, filho de João.
Ao repetir as três vezes a mesma pergunta, Pedro compreendeu o que Cristo estava dizendo: “Senhor tu sabes tudo!” (Jo 21, 17).
Sim, o Amor nos conhece por completo, e nos ajuda a se autoconhecer.
Apascenta as minhas ovelhas! Pois o Amor cuida!
E completou, agora podes ir onde quiseres. Escolhes, pois a Mim! Quando envelhecer, serás guiado pela consequência das suas ações, e não mais pelo seu querer. Escolhe a Mim, vive por Mim, morre por Mim, e glorifica ao Pai que está no Céu!
Pedro compreendeu, acreditou e se entregou.
E como diz o livro do Apocalipse (Ap 5,12), proclamou com a vida: “Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor!”
Os apóstolos, mesmo maltratados, açoitados, caluniados e perseguidos, “alegravam-se por terem sido considerados dignos de sofrer injúrias por causa do nome de Jesus” (At 5,41).
Pois o Amor é entrega. O amor se entrega pelo Amor.
É a liberdade de quem escolhe perder-se em Deus. Santa Teresinha ensina isso: “Sofrer por amor é a maior alegria!”
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