O livro do profeta Isaías, escrito entre os séculos VIII e VI a.C., contém mensagens de julgamento e esperança para Israel. Nele, surgem os famosos “Cânticos do Servo Sofredor”, que a tradição cristã interpreta como prefiguração clara de Jesus Cristo: o Servo obediente, manso e sofredor, que redime o povo com sua entrega.
“Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida” Is 50, 4
Busque aprender com Jesus, a adestrar a tua língua!
Cristo não falou nada nem se defendeu quando os ouvintes apenas queriam ofendê-lo, naquele local nenhuma de suas palavras seriam levadas a sério como aprendizagem, logo não precisam ser ditas.
Jesus nos ensina a silenciar quando for necessário cessar. Se tuas palavras não farão nenhuma diferença na situação, se não serão ouvidas então não diga nada.
Mas quando Cristo viu as pessoas que sofriam pela sua dor, e não compreendiam o que estava acontecendo. Cristo falou. Mesmo na dor dos espinhos em sua carne e do peso da cruz, mesmo assim ele ensinou e falou o que era necessário.
Falar o que é importante. Confortar quem sofre com carinho. Mais importante do que saber falar, devemos saber quando falar, quando ouvir e quando silenciar.
São Francisco de Sales dizia: “Fala pouco e com caridade. A língua não é de aço, mas pode cortar.”
Aprendamos com Cristo a adestrar nossa língua — a falar com sabedoria e silenciar com humildade.
“Ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás.” Is 50, 4-5
A cada dia, que despertemos, sejamos gratos pela vida e estejamos atentos para perceber os sinais de Deus, como um discípulo ansioso por ouvir as palavras do mestre. E quem O escuta e absorve a palavra não volta a trás.
O verdadeiro discípulo ouve antes de falar. São Bento nos ensinou: “Escuta, ó filho, os preceitos do mestre e inclina o ouvido do teu coração.”
Cada manhã é uma nova chance de ouvir a voz de Deus, e ao escutá-Lo com docilidade, permanecemos firmes, mesmo diante dos desafios.
“Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas.” Is 50, 6
Oferecendo o rosto para as agressões Cristo vivia na prática seus ensinamentos “quando lhe baterem a face ofereça também a outra”.
Mantenha se firme no seu propósito, assuma as consequências de servir a Deus. Muitos se levantarão contra você, buscarão te agredir com palavras, gestos e ações. Usarão teu passado para te apedrejar. Usarão as piores ofensas para tentar lhe tirar do juízo. Mantenha-se firme no propósito, o silêncio te defende, pois quando você silencia é Deus que fala por você.
Santa Teresinha dizia: “A caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se surpreender com suas fraquezas.”
A firmeza do cristão está na mansidão. Quem serve a Deus deve esperar contrariedades, mas o silêncio confiante é escudo dos humildes: Deus fala por quem escolhe calar.
“Mas o Senhor Deus é meu auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado.” Is 50, 7
Pois o Senhor é meu pastor e nada me faltará. Nada nem ninguém poderá lhe impedir e nada lhe faltará pois o Reis dos reis caminha à sua frente. Mantenha-se firme, não deixe seu rosto se abater, pois Cristo é contigo. E saiba fielmente que não sairá humilhado ao final.
Santa Catarina de Sena nos recorda: “Sede firmes na fé! Deus tudo provê, e nada falta aos que O amam.”
Com o rosto voltado para Deus, o coração não se deixa abater. Em Cristo, somos mais que vencedores.
Deus eterno e todo-poderoso, para dar aos homens um exemplo de humildade, quisestes que o nosso Salvador se fizesse homem e morresse na cruz. Concedei-nos aprender o ensinamento da sua paixão e ressuscitar com Ele em sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. (Missal Romano — Oração da Coleta, Domingo de Ramos)
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