5º Domingo da Quaresma, Ano C
A Palavra de Deus neste domingo nos convida a uma transformação verdadeira.
Se escolhemos seguir a Cristo, precisamos nos despojar do passado e caminhar para a santidade.
“Quem está em Cristo é uma nova criatura. O que era antigo passou, agora tudo é novo!” 2Cor 5,17
O pecado não deve mais nos definir; ao contrário, devemos lutar contra ele e nos afastar de toda ocasião que nos leva a cair.
Se reconhecemos que algo é pecado, então não queiramos pecar! Lutemos contra o pecado e afastemo-nos da tentação.
Não tenhamos medo dos julgamentos. A diferença entre nós e os julgadores é que buscamos a santidade.
Diante de nossos erros, temos o perigo de pensar: Deus realmente nos perdoa? Sim!
O Senhor nos oferece sempre a sua misericórdia, mas espera também de nós um coração arrependido.
“A confissão dos pecados, feita com verdade e humildade, é condição para a reconciliação” (CIC 1455)
O próprio Cristo, ao perdoar a mulher adúltera, não apenas lhe concede a absolvição, mas também a exorta:
“Podes ir, e de agora em diante não peques mais” Jo 8,11
Como disse São Paulo, precisamos deixar para trás o peso do pecado e avançar para a meta da vida eterna:
“Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente. Corro direto para a meta, rumo ao prêmio, que, do alto, Deus me chama a receber em Cristo Jesus” Fl 3,13-14
Assim como Israel, que viu as maravilhas do Senhor ao ser liberto do Egito, mas ainda desejava voltar à escravidão, também corremos o risco de sentir saudades da vida antiga. Por isso, Isaías nos alerta:
“Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas” Is 43,18-19
Na Quaresma, somos chamados à conversão sincera. O Catecismo da Igreja nos lembra:
“O pecado é uma ofensa a Deus: ‘Pequei contra ti, contra ti somente, fiz o que é mau aos teus olhos’ (Sl 51,6). O pecado se volta contra o amor de Deus por nós e afasta de nós a sua graça” (CIC 1849)
Por isso, o verdadeiro arrependimento deve vir acompanhado da firme decisão de evitar o pecado e buscar a santidade.
O Senhor não nos abandona nessa luta. Do Seu lado aberto na cruz brotam os rios de graça que nos purificam e nos sustentam. “Do seu coração aberto pela lança jorraram sangue e água” (Jo 19,34), sinais do Batismo e da Eucaristia. Como nos ensina Santo Agostinho: “O Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti”. Ele nos chama à santidade, mas cabe a nós corresponder a esse chamado.
Diante do Cristo, o Inocente que por nós foi entregue, como poderíamos ainda julgar e condenar os outros? “Por que olhas o cisco no olho do teu irmão e não vês a trave no teu próprio olho?” (Mt 7,3). Que possamos reconhecer nossas próprias fraquezas e buscar, com confiança, a misericórdia divina.
Que esta Quaresma seja um tempo de renovação verdadeira, em que possamos nos entregar totalmente ao amor de Deus e ouvir de Cristo, não como uma simples recomendação, mas como um chamado à santidade: “Vá e não peques mais”!
