3º Domingo da Quaresma, Ano C
Hoje damos mais um passo na catequese perfeita de Deus. A jornada do povo com Moisés pelo deserto foi escrita para ser um exemplo para nós.
“Todas as tribulações que passam neste mundo são nada em comparação com a glória futura.” – Santo Inácio de Antioquia
Irmãos, não quero que ignoreis o seguinte: nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem e todos passaram pelo mar; foram batizados em Moisés, sob a nuvem e pelo mar; todos comeram do mesmo alimento espiritual e beberam da mesma bebida espiritual. De fato, bebiam de um rochedo espiritual que os acompanhava – e esse rochedo era Cristo. No entanto, a maior parte deles desagradou a Deus e pereceu no deserto. Esses fatos aconteceram para serem exemplos para nós, a fim de que não desejemos coisas más, como fizeram aqueles no deserto. (1Cor 10, 1-6)
Deus se apresenta a nós, toma a iniciativa e nos mostra que sempre esteve e sempre estará presente:
“Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó.” (Êx 3, 6)
E mais ainda, Ele nos revela Seu nome: “Eu Sou”. Quem pergunta quem é Deus recebe uma resposta direta e absoluta: Deus é Deus. Sua grandeza e força se autoafirmam, dispensam explicações. E, mesmo sendo o Todo-Poderoso, Ele se inclina para nos encontrar.
“A paciência de Deus espera pelo pecador como a mãe espera pelo filho pródigo.” – Santo Agostinho
Mas nós, frágeis e teimosos, resistimos à catequese divina. Nosso coração é duro, tardamos a compreender. Toda uma geração provou das maravilhas de Deus, recebeu Seus milagres e prodígios, e mesmo assim duvidou, murmurou e foi infiel.
“Aquele que caiu em pecado é sempre capaz de se levantar. Mas aquele que caiu na tibieza já não sente vontade de se levantar.” – São João Crisóstomo
Mesmo tendo bebido da graça, caíram no pecado. Como consequência, pereceram no deserto:
“Como não me seguiram de todo o coração, nenhum dos homens de vinte anos para cima que saíram do Egito verá a terra que prometi sob juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, com exceção de Calebe e Josué, que seguiram o Senhor de todo o coração.” (Nm 32, 11-12)
Todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz, não verão a terra de que a seus pais jurei, e nenhum daqueles que me provocaram a verá. (Nm 14, 22-23)
O povo desobedeceu a Deus dez vezes – o mesmo número de pragas que Deus enviou para libertá-los do Egito. Faraó, mesmo resistente, cedeu diante da grandeza divina. Mas Deus, que é maior que o pecado humano, não cedeu à infidelidade do povo. Sua misericórdia se manifestou na nova geração, pois Seu amor é justo e fiel.
E nós? Se o povo comeu do maná e ainda pecou, o que dizer de nós, que agora comemos o verdadeiro Pão do Céu? Voltaremos a cair?
“Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair.” (1Cor 10, 12)
Cristo vem ao nosso encontro e luta pela nossa salvação. Ele intercede por nós como o agricultor que pede mais tempo para a figueira estéril:
“Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás.” (Lc 13, 8-9)
A Quaresma nos questiona: por que voltamos a pecar? Não enxergamos a grandiosidade de Deus, que derruba muralhas, abre mares, faz chover fogo do céu? Nada é impossível para Ele! Então, por que tememos?
“Deus não nos pede coisas impossíveis, mas nos ordena que façamos o que pudermos e peçamos o que não conseguimos.” – Santo Agostinho
Cristo não desistiu de você. Ele cuida, zela e protege. Então, a mensagem é clara: convertei-vos e dai frutos!
“Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa, Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta.” – Santa Teresa de Ávila
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