É Natal!
E Jesus se faz criança
E em nós nasce a esperança
De reaprender a amar
Na catequese perfeita de Deus. Ele nos removeu de um comportamento instintivo e selvagem. Ensinou-nos a viver gradativamente de geração em geração. E aos poucos foi quebrando o nosso coração de pedra. E mostrando-nos por meio de um exemplo vivo de Si próprio, veio nos ensinar a amar.
Tendo em vista essa realidade maravilhosa da Encarnação do Verbo, temos à Oitava de Natal: as festas não acabam no dia 25 de Dezembro. Elas perduram desde o dia 25 até o dia primeiro de Janeiro, quando celebramos a Solenidade de Maria, Mãe de Deus.
Devemos festejar a Encarnação do menino Jesus durante todo esse período, que ainda conta com reflexões importantes: Santo Estêvão, dia 26; São João Evangelista, dia 27; Santos Inocentes e Mártires, dia 28; Sagrada Família, dia 29; O evangelho da profetisa Ana no dia 30; a grandiosa proclamação de João do Verbo que se fez Carne no dia 31 e Maria, Mãe de Deus dia 1°.
É uma reflexão complementar a festa propriamente dita da noite do Natal.
Os dois primeiros dias temos o nosso futuro impresso, o futuro daqueles que amam a Jesus.
Santo Estêvão, o protomártir, nos mostra que viver para Cristo nos exige a renúncia do “eu” ao ponto de entregar a própria vida. Na certeza que no momento mais difícil estaremos vendo Deus com nossos próprios olhos, ao nosso falar nossos inimigos tremeram e ao nosso exemplo grandes santos surgiram.
E com São João Evangelista, o discípulo amado, que entregou toda a vida a Jesus, e uma longa vida. Aquele que corre até o Cristo. Que nos seus escritos nos ensinam que a palavra de Deus é uma Pessoa. A palavra é viva. E que há mais coisas escritas entre as palavras que nossos olhos possam ver e nossas mentes compreenderem.
Então ao viver o verdadeiro nascimento do Cristo no nosso coração, nossa vida se torna Dele, seja breve ou seja longa, vivendo uma entrega frutífera que espalha as sementes de Deus pelo caminho.
Nos próximos dias vemos a dualidade humana, a tristeza e a alegria, a arrogância e a humildade.
Temos primeiro os Santos Inocentes, onde o medo de perder sua autoridade e poder faz com que a humanidade seja cruel e destruidora.
Quantas vezes na vida ao sermos ameaçados de perder nossa autoridade, escolhemos a perversidade no lugar da humildade?
Quantas vezes matamos aqueles que estavam em nosso coração?
Não queremos aceitar que existe um Herodes dentro de nós, mas a força do mal se intensifica quando negamos a sua existência.
E quando este mal chega ao seu cume só nos resta o que esta na escritura em Jeremias 31, 15: “Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada”.
Porém na dualidade humana existe duas faces.
“Eu vos escrevo, jovens: vós vencestes o Maligno. Já vos escrevi, filhinhos: vós conheceis o Pai. Já vos escrevi, jovens: vós sois fortes, a Palavra de Deus permanece em vós, e vencestes o Maligno.” Jo 2, 13-14
Após viver toda a sua vida, em humildade e obediência, esperava pelo Salvador. Com jejum, penitência e oração. Certamente suas orações eram por toda a humanidade. E suas orações foram atendidas, ela foi agraciada em presenciar a Salvação Encarnada diante dos seus olhos.
A profetisa Ana esperou no Senhor e entregou a sua vida. E nos lembrou uma coisa:
Apesar de chorarmos pelas maldades humanas, não podemos parar no versículo 15 do capítulo 31 Jeremias. Não caia na ideia do mundo de analisar a bíblia por um versículo solto, leia todo o capítulo 31, ele é uma leitura alegre! Pois o versículo seguinte a este 16 e 17 diz:
“Pare de chorar e enxugue as suas lágrimas. Tudo o que você fez pelos seus filhos será recompensado; eles voltarão da terra do inimigo. Sou eu, o SENHOR, quem está falando. Há esperança para você no futuro; os seus filhos voltarão para casa. Sou eu, o SENHOR, quem está falando”
Nestes dois dias vemos que a humanidade pode ser cruel mas a grandeza de Deus supera tudo. Cristo nasceu e com Ele nasce a esperança.
E para completar a Oitava de Natal ainda temos os três dias maiores onde todos já devem ter compreendido sua grandeza.
A proclamação de João, Sagrada Família e Maria, Mãe de Deus.
João faz um resumo de toda a bíblia em poucas palavras.
“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus.” Jo 1, 1
“Tudo foi feito por ela” Jo 1, 3
“A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus” Jo 1, 10-12
“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como filho unigênito, cheio de graça e de verdade.” Jo 1, 14
Com as palavras de João encerro o texto de hoje e como tarefinha de casa, reflita as leituras da Sagrada Família e de Maria, Mãe de Deus.
E como diz o padre Reginaldo Manzotti: Imprima e plastifique a primeira leitura da liturgia de Maria, Mãe de Deus! Para rezá-la diariamente.
Com a Oitava temos a oportunidade de compreender o que é “deixar o Cristo nascer no seu coração”.
Deixe um comentário